Seriam os zumbis lenda ou realidade? Segundo o doutor Wade Davis, um antropólogo especializado em botânica pela Universidade de Harvard, do ponto de vista químico não é impossível. Ele usou como exemplo o caso de Clairvius Narcisse. O haitiano foi declarado morto pelos médicos e enterrado na presença de familiares. Vinte anos depois, Narcisse chegou andando em um hospital, vivo como nunca e em bom estado, para contar a sua história.Segundo o próprio Narcisse, sua “morte” havia sido encomendada a um sacerdote de magia negra por seu irmão, em função de uma disputa de terras. Envenenado, Narcisse foi a um hospital com diversas dores e sintomas. E morreu horas depois. O que ninguém sabia é que seu corpo foi desenterrado e ele passou a receber um coquetel de drogas, que o transformaram em um “zumbi”. Doutor Davis diz que existe um fundamento para o fenômeno, mas não se trata de feitiçaria e, sim, farmacologia.
A tetrodoxina é uma neurotoxina 160 mil vezes mais potente que a cocaína e, ao ser esfregada em um ferimento aberto, pode induzir a um estado comatoso, muitas vezes confundido com a morte. Os tais feiticeiros de magia negra aparentemente utilizaram a substância para induzir a morte aparente de Narcisse. Em um segundo momento, utilizaram o alucinógeno estramônio para manter a vítima em permanente estado de sedação, fazendo com que Narcisse se submetesse às ordens do irmão e do próprio feiticeiro, sem oferecer resistência alguma.
No relato de Narcisse, ele conseguiu escapar de onde estava, quando o feiticeiro que o mantinha sob o transe morreu. Sua mente foi voltando ao normal, e ele viveu muitos anos como andarilho, até reaparecer oficialmente para o mundo. Os doutores Lamarque Douyon e Nathan Klein disseram que a história de Narcisse pode ser considerada a primeira de “zumbismo confirmado”. Anos depois, o Dr. Davis viajou ao Haiti para verificar a base científica disso e escrever um livro em que especula quanta claridade pode existir no obscuro mundo dos mortos-vivos.
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