O engenheiro Alexandre Gusmão, negou que seja o responsável pela construção do prédio residencial que desabou em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Ele se apresentou na manhã desta sexta-feira (4) na delegacia da cidade e foi ouvido pelo delegado Patrick Dias. O acidente aconteceu em julho deixando duas pessoas mortas.
Alexandre não quis conversar com a imprensa. Segundo o advogado dele, Ernesto Cavalcanti, o engenheiro estava em Recife quando ficou sabendo do acidente e pediu para se apresentar a polícia. "Ele não estava acompanhando a obra e apenas acompanhou o desmoronamento do muro de proteção em 2008. Logo depois deixou o Brasil e foi trabalhar em uma obra em Angola. Ele não tem conhecimento do avanço dessa obra", disse o advogado.
Sobre o fato da base do prédio ter sido reaproveitada, o advogado Ernesto Cavalcanti afirma que o cliente não sabia da situação. "Ele desconhece totalmente. Inclusive ele sugeriu que a base fosse demolida antes de deixar o Brasil. Ele deu suporte a essa obra durante dois meses em 2008", complementou.
Ainda de acordo com a defesa, Alexandre Gusmão apresentou a polícia uma documento de 2010, quando o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea), notifica a obra alegando que a construção não tem um engenheiro. Sobre a Prefeitura de Garanhuns afirmar que a obra é irregular, Alexandre disse que desconhece a situação.
Segundo o advogado, os moradores do prédio procuraram a prefeitura um mês antes do desabamento e pediram a fiscalização de um engenheiro, que confirmou o bom estado do residencial. Ele ainda informou que Alexandre Gusmão assinou apenas uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), em junho de 2009, para reparos no muro.
O advogado afirma que uma ART foi assinada em nome de Alexandre Gusmão em 2008, que contratava ele para a realização de todos os serviços. Segundo ele, o engenheiro desconhece o serviço e também a assinatura em nome dele no documento.
Perícia
A perícia do Instituto de Criminalística realizada na semana passada, apontou falha na estrutura, e no material utilizado. A respeito das declarações sobre vistorias realizadas pela Defesa Civil de Garanhuns no prédio, o coordenador do órgão, Thiago Amorim, esclarece que foi realizada uma inspeção predial há cerca de seis anos.
Na ocasião, foi solicitado ao responsável pelo imóvel que procedesse alguns itens de manutenção da edificação com o objetivo de conservar e recuperar a capacidade funcional. o procedimento é o cumprimento de uma norma técnica brasileira nº 5674/1999, que informa, sugere e obriga a todo e qualquer proprietário de edificação a proceder com a referida manutenção da edificação.
O governo municipal está com um processo administrativo instaurado, que por meio de uma comissão, vai realizar o levantamento da documentação sobre o prédio em questão, para ajudar a apurar as responsabilidades. "Todos os setores da prefeitura estão à disposição para colaborar com as investigações", diz nota enviada pela gestão.
DO G1 CARUARU
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