Há dois anos o estado de Pernambuco enfrentava um surto de microcefalia. Na época foi registrado um aumento no número de casos de bebês nascendo com a síndrome congênita provocada pelo vírus da Zika.
Em 27 de outubro de 2015, a Secretaria Estadual de Saúde do estado instituiu a notificação dos casos de microcefalia orientando todos os serviços e profissionais de saúde a notificarem os casos da doença. Ao todo, 2.952 crianças nasceram com microcefalia no Brasil, porém o maior número foi no estado pernambucano.
Histórias de vida
Bernardo de 1 ano e 9 meses, nasceu com microcefalia, ele é o caçula de quatro filhos de Bárbara Ferreira, que tem 29 anos. Segundo a mãe, ela não teve sintoma que levasse a esse diagnóstico. Quando Bernardo nasceu, o bebê chorava constantemente. No início, a mãe diz que achava que o filho tinha cólica, mas aos 3 meses de vida, veio o diagnóstico da síndrome congênita provocada pelo vírus da Zika.
O desespero foi total, Bárbara não sabia o que fazer e tinha medo do filho ser rejeitado. Após a descoberta da doença, Bernardo passou a fazer tratamento diariamente para superar as dificuldades trazidas pela microcefalia.
"Aprendi o amor verdadeiro. Ele não fala, não anda, mas no olhar dele a gente acaba aprendendo muito", expressa a mãe de Bernado, Bárbara Ferreira.
Uma outra história é a de Ana Cristina Vieira da Silva, que também nasceu com microcefalia. Sua mãe Joselânia Vieira desconfiou do problema da filha quando em uma das ultrassonografias realizadas durante a gestação, o médico informou que a criança não estava se desenvolvendo como deveria. Quando Ana nasceu, o pediatra falou sobre a doença, e o laudo com a confirmação saiu dias depois após a menina passar por uma avaliação com vários profissionais.
Joselânia tem 32 anos, a vida dela agora é dedicada para cuidar da filha, que faz acompanhamento com terapeutas ocupacionais, fisioterapia, fonoaudiologia, nutricionista, oftalmologia, otorrinologia, tratamento também com uma psicóloga e com um neurologista. "Eu sou movida a Ana. Ela é minha razão de vida. Quando ela cresce, eu cresço junto", fala a mãe emocionada.
Na casa de Ana todos se empenham para ajudá-la. Sua irmã Jennifer Silva de 10 anos, também faz parte da rotina da criança. "Eu gosto muito de fazer a fisioterapia, é como se eu tivesse brincando de boneca", fala Jennifer. As duas famílias são da cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco.
G1 CARUARU
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