26 de mar. de 2015

Mas eu... EU NÃO SOU CORRUPTO!


POR LINDY CAMPOS

Saudações à todos os leitores do Blog do Faguinho Athos e do Portal P1 Agreste. Como vocês puderam perceber, a coluna semanal sofreu uma alteração quanto ao dia, mediante alguns acertos realizados e para a melhor conveniência de todos, por este motivo, a partir desta semana não publicarei mais na quarta-feira e sim todas as quintas-feiras.
Pois bem, já fazem algumas semanas que queria trazer esse tema para vocês, porém mediante todos os últimos acontecimentos políticos no cenário brasileiro, não haveria a mínima condição de não debatê-los de antemão. Porém, tal ideia não foge totalmente aos acontecimentos, mas sim é considerado como o pivô, ponto de partida para todo esse cenário encontrado.
Quero trazer à tona para vocês, a discussão sobre o tema CORRUPÇÃO, como já dito grande eixo para as principais questões levantadas nos últimos dias, bem como motivadora de indignação internacional, visto que não se trata de privilégio brasileiro.
Foi quando terça de manhã, liguei a televisão na Rede Globo (coisa que dificilmente faço e emissora que muito pouco assisto), porém tinha como notícia internacional, trazida pela correspondente Ilze Scamparine que o parlamento italiano estava votando uma série de medidas para uma lei anti-corrupção, que teria como finalidade diminuir sua incidência naquele país. Foi quando percebi que a gente fala muito em corrupção a nível de Brasil, mas esquecendo que se trata de um problema mundial.
Segundo o site Wikipédia, corrupção é o ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra. É tirar vantagem do poder atribuído. "Corrupção" vem do latim corruptus, que significa "quebrado em pedaços". O verbo "corromper" significa "tornar-se podre".
"Mas isso já se sabe, uma vez que se faz indignar o quanto os nossos políticos podem ser corruptos e descarados, roubando dinheiro público sem o menor pudor e abusando de todas as vantagens possíveis. É, mas EU particularmente não tenho culpa, o governante "pinta e borda" e eu só levo desacerto, sou uma vítima do sistema! Ahhhh... Se eu estivesse lá, eu roubava também, afinal todo mundo rouba, ninguém é punido, logo eu não seria."
Ouvi esse comentário uma vez à muito tempo e nunca mais esqueci, pois foi a partir dele que comecei a fazer uma análise interior acerca dos problemas do nosso país. E nesse contexto comecei a me perguntar o que seria a corrupção e se as dificuldades que enfrentamos diariamente são culpa somente dos nossos governantes.
Nesse momento me deparei com a famosa expressão "o jeitinho brasileiro", onde pras mais diversas situações haveria uma saída, um jeitinho, aquele "quê" ao qual o brasileiro já está tão acostumado.
Pois é, seguindo a lógica do conceito de corrupção acima descrito, quando diz que obter vantagem em detrimento do prejuízo de outrem, vale se indagar se furar fila, estacionar veículo em vaga de deficiente ou para-lo sobre a faixa de pedestre, não devolver o troco dado a mais, mas quando é dado a menos, fazer escândalo, falar com aquele conhecido para obter uma vantagem, entre tantas outras situações rotineiras e diárias, que são postas e a gente nem liga, afinal "não estou prejudicando ninguém, afinal não matei nem roubei!"
Mas sim... ESTOU SENDO CORRUPTO, estou adquirindo vantagem em prejuízo de outra pessoa. É triste dizer, mas o brasileiro acostumou ser um povo corrupto. E aqui não quero generalizar ou denegrir ninguém, muito pelo contrário, trata-se mais de um alerta, afinal o problema na casa do vizinho é muito mais fácil de resolver, do que os encontrados dentro de casa.
Ou seja, temos que adquirir a consciência de que o nosso sistema político-governamental apenas é um reflexo da sociedade em que vivemos, afinal um deputado, um governador ou presidente  é gente como a gente, que na medida de suas possibilidades também passam pelas mesmas situações que a gente comum passa.
Um voto comprado não se dá apenas pelo pagamento em dinheiro, mas com aquela promessa de um futuro emprego, uma cesta básica ou um saco de cimento e com isso, aquele que se deixa corromper perde a oportunidade de modificar o reflexo sociedade-política. Sair às ruas, protestar e gritar palavras de ordem, mas pular a catraca do metrô pra não pagar a passagem, ou ainda, vandalizar o patrimônio público/privado (não estou falando aqui das chamadas lutas armadas, que tem em si uma outra filosofia, falo de destruir sem motivo).
Também não quero dizer que é errado manifestar-se, muito pelo contrário, trata-se de um direito expresso na Constituição Federal, sem contar que é um lindo ato de cidadania, coisa que muito admiro. Porém, acredito que a situação só mudará no dia em que realmente "a educação de casa, for à praça" e que essa seja limpa e honesta, bem como se manifeste em qualquer um, não somente no momento do voto, mas nas diversas situações.
Se as cabeças das pessoas não mudarem, podem ser criadas milhares de leis anti-corrupção, que a mesma não será solucionada, pode até ser diminuída, mas sempre haverá aquele "jeitinho brasileiro". Acabar com a corrupção é uma questão da consciência de cada um, pois se trata de algo muito mais cultural do que político.
Por isso, é imprescindível a reflexão de cada cidadão, uma vez que toda sociedade é composta por indivíduos que trabalham para o melhor desenvolvimento da mesma.
Com isso, me despeço de vocês com o desejo de que a partir de hoje possamos nos policiar, para assim sermos modelo de sociedade justa e igualitária, onde a corrupção seja apenas um germe podre que contaminou, mas que fora banido de toda uma realidade.
Então até a próxima quinta-feira.
Grande abraço,
Lindy Campos

(26.03.2015)

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