POR LINDY CAMPOS
Saudações à todos os
leitores do Blog do Faguinho Athos e do Portal P1 Agreste. Como vocês puderam
perceber, a coluna semanal sofreu uma alteração quanto ao dia, mediante alguns
acertos realizados e para a melhor conveniência de todos, por este motivo, a
partir desta semana não publicarei mais na quarta-feira e sim todas as quintas-feiras.
Pois bem, já fazem algumas
semanas que queria trazer esse tema para vocês, porém mediante todos os últimos
acontecimentos políticos no cenário brasileiro, não haveria a mínima condição
de não debatê-los de antemão. Porém, tal ideia não foge totalmente aos
acontecimentos, mas sim é considerado como o pivô, ponto de partida para todo esse cenário encontrado.
Quero
trazer à tona para vocês, a discussão sobre o tema CORRUPÇÃO, como já dito grande
eixo para as principais questões levantadas nos últimos dias, bem como
motivadora de indignação internacional, visto que não se trata de privilégio
brasileiro.
Foi quando
terça de manhã, liguei a televisão na Rede Globo (coisa que dificilmente faço e
emissora que muito pouco assisto), porém tinha como notícia internacional,
trazida pela correspondente Ilze Scamparine que o parlamento italiano estava
votando uma série de medidas para uma lei anti-corrupção, que teria como
finalidade diminuir sua incidência naquele país. Foi quando percebi que a gente
fala muito em corrupção a nível de Brasil, mas esquecendo que se trata de um
problema mundial.
Segundo o
site Wikipédia, corrupção é o ato ou efeito de se corromper,
oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se
prejudica outra. É tirar vantagem do poder atribuído. "Corrupção" vem
do latim corruptus, que significa
"quebrado em pedaços". O verbo "corromper" significa
"tornar-se podre".
"Mas isso já se
sabe, uma vez que se faz indignar o quanto os nossos políticos podem ser
corruptos e descarados, roubando dinheiro público sem o menor pudor e abusando
de todas as vantagens possíveis. É, mas EU particularmente não tenho culpa, o
governante "pinta e borda" e eu só levo desacerto, sou uma vítima do
sistema! Ahhhh... Se eu estivesse lá, eu roubava também, afinal todo mundo
rouba, ninguém é punido, logo eu não seria."
Ouvi esse
comentário uma vez à muito tempo e nunca mais esqueci, pois foi a partir dele
que comecei a fazer uma análise interior acerca dos problemas do nosso país. E
nesse contexto comecei a me perguntar o que seria a corrupção e se as
dificuldades que enfrentamos diariamente são culpa somente dos nossos
governantes.
Nesse
momento me deparei com a famosa expressão "o jeitinho brasileiro", onde pras mais diversas situações
haveria uma saída, um jeitinho, aquele "quê" ao qual o brasileiro já
está tão acostumado.
Pois é,
seguindo a lógica do conceito de corrupção acima descrito, quando diz que obter
vantagem em detrimento do prejuízo de outrem, vale se indagar se furar fila,
estacionar veículo em vaga de deficiente ou para-lo sobre a faixa de pedestre,
não devolver o troco dado a mais, mas quando é dado a menos, fazer escândalo,
falar com aquele conhecido para obter uma vantagem, entre tantas outras
situações rotineiras e diárias, que são postas e a gente nem liga, afinal
"não estou prejudicando ninguém,
afinal não matei nem roubei!"
Mas sim...
ESTOU SENDO CORRUPTO, estou adquirindo vantagem em prejuízo de outra pessoa. É
triste dizer, mas o brasileiro acostumou ser um povo corrupto. E aqui não quero
generalizar ou denegrir ninguém, muito pelo contrário, trata-se mais de um
alerta, afinal o problema na casa do vizinho é muito mais fácil de resolver, do
que os encontrados dentro de casa.
Ou seja,
temos que adquirir a consciência de que o nosso sistema político-governamental
apenas é um reflexo da sociedade em que vivemos, afinal um deputado, um
governador ou presidente é gente como a
gente, que na medida de suas possibilidades também passam pelas mesmas
situações que a gente comum passa.
Um voto
comprado não se dá apenas pelo pagamento em dinheiro, mas com aquela promessa
de um futuro emprego, uma cesta básica ou um saco de cimento e com isso, aquele
que se deixa corromper perde a oportunidade de modificar o reflexo
sociedade-política. Sair às ruas, protestar e gritar palavras de ordem, mas
pular a catraca do metrô pra não pagar a passagem, ou ainda, vandalizar o
patrimônio público/privado (não estou falando aqui das chamadas lutas armadas,
que tem em si uma outra filosofia, falo de destruir sem motivo).
Também não quero dizer que é
errado manifestar-se, muito pelo contrário, trata-se de um direito expresso na
Constituição Federal, sem contar que é um lindo ato de cidadania, coisa que
muito admiro. Porém, acredito que a situação só mudará no dia em que realmente
"a educação de casa, for à praça" e que essa seja limpa e
honesta, bem como se manifeste em qualquer um, não somente no momento do voto,
mas nas diversas situações.
Se as cabeças das pessoas
não mudarem, podem ser criadas milhares de leis anti-corrupção, que a mesma não
será solucionada, pode até ser diminuída, mas sempre haverá aquele "jeitinho brasileiro". Acabar com a
corrupção é uma questão da consciência de cada um, pois se trata de algo muito
mais cultural do que político.
Por isso, é imprescindível a
reflexão de cada cidadão, uma vez que toda sociedade é composta por indivíduos
que trabalham para o melhor desenvolvimento da mesma.
Com isso, me despeço de
vocês com o desejo de que a partir de hoje possamos nos policiar, para assim
sermos modelo de sociedade justa e igualitária, onde a corrupção seja apenas um
germe podre que contaminou, mas que fora banido de toda uma realidade.
Então até a próxima quinta-feira.
Grande abraço,
Lindy Campos
(26.03.2015)
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